Juíza judia Ruth Bader Ginsburg receberá US$ 1 milhão por ideias que proporcionaram o crescimento humano

A juíza judia Ruth Bader Ginsburg, da Suprema Corte dos EUA, receberá US$ 1 milhão do “Prêmio Berggruen de Filosofia e Cultura de 2019”, criado em 2016 para homenagear pensadores que, com suas ideias, contribuem para a evolução humana. Ela foi escolhida entre 500 nomes indicados neste ano.

O comitê considerou Ginsburg, de 86 anos, como “pioneira na promoção dos direitos humanos e da igualdade de gênero” e “uma voz constante a favor da igualdade, dos direitos dos trabalhadores e da separação entre Igreja e Estado”. Ela se tornou um ícone na cultura americana, sendo enaltecida e admirada pelas suas decisões na Suprema Corte dos Estados Unidos, mas poucos conhecem sua história pessoal. Por isso, a cineasta Betsy West, da Universidade Columbia, decidiu contar esta história no longa-metragem “A Juíza”, que esteve em cartaz nos cinemas do Brasil.

Para Betsy West, falar das ações de mulheres é um campo de boas histórias que ainda não foram contadas: “Eu acho muito gratificante contar histórias sobre o que as pessoas não sabem. Falar sobre questões e pessoas importantes que elas não conhecem, sobre as muitas contribuições de mulheres que foram ignoradas ao longo dos anos. Esse é um campo fértil para encontrar boas histórias. É importante contar as histórias esquecidas de mulheres”.

Ruth Bader Ginsburg moldou sua carreira em defesa dos direitos das mulheres, combatendo a legislação discriminatória dos Estados Unidos. Ela foi uma das nove mulheres a entrar em 1956 para a Faculdade de Direito de Harvard, onde havia 500 homens.

Entre seus feitos, ainda advogada, está a mudança, realizada pela Suprema Corte, na lei que dizia que homens devem ser preferidos em detrimento de mulheres como gestores de estado, em vigor em Idaho até 1971. Quatro anos depois, Ginsburg provou frente à Suprema Corte que as leis discriminatórias com base em gênero também prejudicam homens, ao representar um viúvo com um filho pequeno que, após a morte da esposa, não tinha direito à assistência previdenciária para a criança, já que o benefício era destinado apenas às mães. Em paralelo, Ginburg contava com um companheiro que foi ferrenho apoiador de sua carreira.

Para a diretora do documentário, Ruth Bader Ginsburg é uma pioneira do feminismo desde que descobriu as leis (machistas) que discriminavam as mulheres. “Ela nunca foi o tipo de pessoa que sai às ruas em passeatas. O estilo dela é usar sua inteligência e seu talento no Direito para ajudar a mudar o mundo. Foi nisso que colocou suas energias”, afirma.