Marcio Pitliuk lança livro sobre a participação das mulheres no nazismo

“A Alpinista” tem como personagem principal Hannelore, uma alemã que se beneficia do nazismo e da perseguição aos judeus para subir na vida. O que surpreende na personagem é que ela é apolítica, não é antissemita e nem nazista, é uma alpinista social que tira proveito das oportunidades.

Assim como Hannelore, centenas de milhares de mulheres se aproveitaram da tragédia dos judeus para ganhar dinheiro e status social, atuando de maneira ativa ou conivente, e isso raramente é tratado nas obras que documentam a Shoá.

Ao ler o livro, os leitores também se informam e aprendem sobre o Holocausto, pois as ações acompanham fatos históricos, que mostram como os alemães foram diretamente beneficiados pela perseguição aos judeus.

A obra mescla personagens reais com fictícios, tem ritmo de triller e desperta a curiosidade do leitor sobre o que vai acontecer nas próximas páginas. “Estudo o Holocausto há doze anos”, diz Pitliuk, “e sempre me pergunto como reagiam as esposas dos nazistas ao receberem joias, casacos de peles e mesmo brinquedos para seus filhos, sabendo que isso era fruto do extermínio dos judeus. Militares, banqueiros, industriais, todos jogaram por terra a ética e a moral durante esse período negro da história recente”.

Marcio Pitliuk é também o autor de “O homem que venceu Hitler”, sobre a história de um jovem judeu que se esconde na casa de uma polonesa e acaba seduzido por ela. Cinquenta anos depois, seu filho volta à Polônia para tentar entender quem era aquela mulher.

“Nos meus livros, tento abordar lados diferentes e pouco explorados da história do Holocausto. Em “A Alpinista”, é a posição das mulheres no nazismo, já no “O homem que venceu Hitler”, é sobre os ‘Justos entre as Nações'”.

O autor é curador do Memorial do Holocausto, diretor do Yad Vashem Brasil, membro da Academia Ituana de Letras e especialista em temas como o Holocausto e a Segunda Guerra.