Museu de Nova York abre exposição com desenhos de vítimas do Holocausto

O Museu da Herança Judaica de Nova York inaugurou a exposição de arte “Rendering Witness: Holocaust Era Art as Testimony” com trabalhos produzidos por vítimas judeus do Holocausto. De acordo com Michael Morris, curador do Museu, “Esta exposição se propõe a educar sobre os perigos do antissemitismo, racismo e do fanatismo de qualquer tipo”.

Entre os trabalhos, está o de uma garota de 12 anos, Helga Weissova, que levou materiais de arte quando foi enviada ao gueto de Terezin e ao campo de concentração, a cerca de 48 km ao norte de Praga, na República Checa, em outubro de 1944. Antes de Weissova ser deportada de Terezin para Auschwitz, o terrível campo no sul da Polônia, ela entregou seus desenhos ao tio, um companheiro de prisão que os escondeu atrás de um muro. A exposição mostra seu trabalho de 1943 feito com giz de cera sobre papel, “Transport Leaving Terezin”, que mostra guardas armados conduzindo um grupo de prisioneiros carregando malas.

Weissova está agora com 90 anos e morando em Praga, mas muitos dos artistas não sobreviveram aos campos da morte. Peter Loewenstein, da Tchecoslováquia, foi deportado em 1941 para Terezin. Ele entregou os 70 desenhos à mãe antes de ser deportado em 1944 para o campo de Auschwitz. Sua mãe e irmã também foram deportadas para Auschwitz, mas antes entregaram a arte a um amigo da família. Sua irmã, único membro da família que sobreviveu ao campo, recuperou os desenhos após a guerra, incluindo “Oito Homens de Casaco com Estrelas”, um desenho de 1944 representando judeus forçados a usar estrelas amarelas de identificação.

Igualmente relevante é uma aquarela de Marvin Halye, membro da 104ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, que libertou o campo de concentração de Nordhausen na Alemanha em 1945. Depois de ver os poucos prisioneiros sobreviventes cuidando de milhares de corpos, ele correu para pintar “Libertação de Nordhausen, civis cobrindo cadáveres”.

A exposição vai até 5 de julho, pretende ajudar a diminuir as estatísticas sobre o aumento dos crimes de ódio antissemita nos EUA e particularmente na cidade de Nova York, lar da maior comunidade judaica fora de Israel. Os crimes de ódio contra judeus na cidade em 2019 atingiram o pico máximo em 28 anos, de acordo com o professor Brian Levin, diretor do Centro para o Estudo do Ódio e do Extremismo da Universidade Estadual da Califórnia, em San Bernardino.