Programadoras de Israel desenvolvem apps contra violência doméstica

Engenheiras de software de Israel organizaram uma hackathon para desenvolver aplicativos que podem ajudar mulheres a denunciarem agressões e assédio em casa.
A ideia nasceu de uma tragédia. Em outubro de 2019, uma mulher chamada Michal Sela foi morta a facadas pelo marido que depois tentou o suicídio, sem sucesso. A irmã dela, Lili Ben Ami, reuniu um grupo para desenvolver formas de combate à violência doméstica usando tecnologia. O resultado: a criação do “Safe Home Hackathon”, um evento com foco em desenvolvimento de aplicativos que podem ajudar mulheres de diferentes formas.

A iniciativa contou com apoio de gigantes como Facebook, Microsoft e Salesforcee reuniu mais de 1.800 profissionais da área de tecnologia. Divididos em 54 grupos, cada um deveria sugerir uma proposta que seria avaliada por uma mesa julgadora e então receberia apoio para desenvolvimento do projeto.

A proposta era tentar endereçar soluções para três diferentes caminhos do problema, começando por prevenir os casos. Um dos destaques foi o programa MedFlag, que usa dados de sistema de saúde do país para identificar pessoas com machucados recorrentes e traçar um perfil de potenciais vítimas.

Outro direcionamento é para quem está já em meio a uma situação de violência doméstica e pode buscar alternativas para avisar amigos, familiares e autoridades com segurança. Um app desenvolvido com este propósito foi o Stay Tuned, no qual se camufla como um programa de receitas e notícias no smartphone, mas que registra sons quando está aberto, permitindo enviar as gravações em nuvem para outras pessoas imediatamente. Com um sistema de reconhecimento de voz, o software identifica quando há alguma discussão acalorada ou possível violência.

Outra ideia é o Safe and Sound, com uma proposta parecida: a gravação é iniciada quando a pessoa fala uma palavra-código pré-determinada e um aviso é enviado para amigos e autoridades sobre o risco doméstico.

O terceiro direcionamento do hackathon foi evitar novas violências para pessoas que estão já separadas de seus ex-agressores. O que o grupo percebeu é que parte das vítimas continua sendo assediada pelos ex-parceiros por conta de acesso a informações, como contas de telefone que ainda vão para o endereço antigo ou até mesmo instalando apps como spywares em dispositivos do alvo.

Por conta disso, um dos times desenvolveu um programa que revisa o smartphone do usuário fazendo uma lista de possíveis ameaças e ajudando a pessoa a garantir que ela está livre do rastreio de seu ex-agressor.Os programas ainda estão em fase de desenvolvimento com aporte de investidores.


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