Ativista negro se infiltra em grupo neonazista para destruí-lo de dentro


O norte-americano James Stern se tornou o novo líder do Movimento Nacional Socialista, um dos priincipais grupos neonazistas dos EUA. Na semana passada, ele convocou uma entrevista coletiva para anunciar seu primeiro passo à frente da organização: acabar com ela!

A questão é: como um movimento neonazista deu o cargo de liderança a um ativista negro? Stern se infiltrou, conquistou a confiança do grupo ao longo dos anos e, em janeiro, recebeu a presidência. Ele contou que cumpria pena por um crime de fraude contra os Correios quando foi colocado na mesma cela de um conhecido líder da Ku Klux Klan, Edgar Ray Killen, preso pelos assassinatos de três ativistas de direitos civis em 1964. De alguma forma, embora Killen o insultasse de maneira racista, ele conquistou sua confiança. E, embora pareça bizarro, Stern afirma que o líder supremacista lhe concedeu poderes sobre seus bens. Em 2014, ainda segundo o relato de Stern, Schoep já era líder do grupo supremacista branco de Detroit quando o contatou para perguntar sobre a amizade com Killen, que morreu em 2018. Foi, segundo o ativista, a segunda vez na história da organização em que ela entrava em contato com um afro-americano; o primeiro procurado fora Malcom X.

Foi assim que Stern e Schoep se conheceram e começaram uma amizade peculiar em que eles discutiram sobre política, história e “raça”, segundo Stern. No início de 2019, Schoep confidenciou sua angústia a respeito de um processo de que era alvo desde as manifestações de supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, em 2017, que acabaram em confronto e deixaram uma mulher morta por atropelamento. Stern se ofereceu, então, para ficar no seu lugar e dar cabo do problema. O Movimento Nacional Socialista participou das manifestações de Charlottesvile. A mulher morta fazia parte de um grupo de manifestantes antifascistas, contrários aos neonazistas. Quem conduzia o carro era um branco supremacista.