Cientistas israelenses desenvolvem técnica arqueológica capaz de identificar datas de construções antigas

Cientistas israelenses desenvolveram uma técnica revolucionária por radiocarbono que permite identificar o período em que determinada construção histórica foi feita. Ao coletar meticulosamente material orgânico em cada camada estratificada escavada e amostras minúsculas de datação por carbono retiradas de argamassa antiga, uma equipe interdisciplinar do Instituto Weizmann e da Autoridade de Antiguidades de Israel pode agora contar com um aliado nos trabalhos de identificação sobre quando as estruturas antigas de Jerusalém foram construídas.

O foco específico do projeto foi o Arco de Wilson, que apoiava um dos principais caminhos para o Segundo Templo. Ele foi datado por três teorias sobre o período de sua construção: romano antigo (antes de 70 d.EC), meados do período romano (primeiro e segundo século), ou mesmo os primeiros períodos islâmicos, cerca de 600 anos depois.

O chamado Arco de Wilson recebeu o nome do geógrafo britânico do século 19, Charles William Wilson, que documentou o local em uma pesquisa em Jerusalém. De acordo com os resultados do novo estudo por radiocarbono, o Arco de Wilson foi realmente construído em duas fases – primeiro na época do reinado de Herodes, o Grande (cerca de 37 – 4 a.EC), a ponte teria sido construída com 7,5 metros de largura. Algumas décadas depois, no primeiro século da EC, a largura da ponte dobrou para 15 metros.

“A razão por trás da duplicação de tamanho ainda permanece um mistério”, afirmou o arqueólogo da IAA Joe Uziel. De acordo com ele, o estudo interdisciplinar é significativo em termos dos resultados da identificação da data por radiocarbono, bem como da aplicação potencial de sua metodologia em estruturas monumentais em todo o mundo clássico, como o Parthenon da Grécia antiga.

O projeto de pesquisa levou ao desenvolvimento de um novo protocolo de microarqueologia — a ciência que foca no aspecto molecular minúsculo da arqueologia, geralmente através de pequenas amostras – na qual os pesquisadores do Weizmann são pioneiros. “Para este projeto, tivemos que desenvolver uma estratégia muito específica, começando por estar presente na própria escavação”, explica a professora Elisabetta Boaretto.

“O enigma do Arco de Wilson não poderia ter sido resolvido sem o uso da microarqueologia”, reforça ela. “Mostramos que a extrema precisão dos resultados de nosso laboratório, mesmo para as menores amostras, pode resolver esses problemas com um alto grau de precisão, e achamos que eles podem ajudar a resolver outros quebra-cabeças arqueológicos para os quais a definição da data por radiocarbono não havia sido considerada anteriormente”.


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