Espionagem cibernética de Israel ajudou a frustrar ataques terroristas em dezenas de países

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel vem usando a inteligência cibernética para frustrar grandes ataques terroristas planejados pelo grupo Estado Islâmico (ISIS) em dezenas de países. Ele citou como exemplo que o país ajudou a evitar um ataque a um avião da Etihad Airways (companhia aérea nacional dos Emirados Árabes Unidos), de Sydney a Abu Dhabi, alertando as autoridades australianas e, com isso, impediu a explosão da aeronave durante o voo. “Descobrimos que o ISIS ia fazer isso e então alertamos a polícia australiana, que reteve o voo impedindo que isso acontecesse. Essa foi apenas uma de mais de 50 vezes que Israel contribuiu para evitar grandes ações terroristas, especialmente do ISIS, em dezenas de países e a maioria desses casos foram frustrados por nossas atividades de segurança cibernética”. Segundo ele, Israel compartilha informações sobre ameaças cibernéticas e ataques com 85 países.

Netanyahu informou que Israel fez um “grande investimento” em capital humano, principalmente através de seus programas de treinamento militar, e formou um grupo de pessoas com habilidades para lidar “com as ramificações dessa revolução. Nada disso seria possível sem a segurança cibernética e pretendemos ser líderes mundiais nesse campo”.

À medida que a indústria de segurança cibernética cresce, também aumenta a necessidade de regulamentação, semelhante à indústria de armas. “Mas meu papel tem sido o de não regular demais. Acho que temos que assumir um risco, e é um risco considerável, de regulamentar menos para favorecer o crescimento do setor e essa é uma decisão que eu, particularmente, e Israel tomamos”.

Yigal Unna, diretor-geral da Israel National Cyber, disse na conferência que o Oriente Médio é um “ímã para ataques cibernéticos”, com o Irã identificado como um dos cinco ‘”jogadores mais ativos” do mundo, visando principalmente os Estados do Golfo, porque eles são menos protegidos do que Israel.

As novas ameaças que o mundo está presenciando incluem ataques a cadeias de suprimento, direcionados a governos e grandes corporações. E isso tem revelado um aumento substancial no número de vulnerabilidades em várias infraestruturas tecnológicas e requer ajustes constantes para reduzir o tempo entre a descoberta de uma vulnerabilidade e a resposta a essa ação.

Ele disse que a Cyber Net, criada pela Israel National Cyber, tem cerca de 1.000 usuários ativos, entre os quais agências governamentais e empresas privadas. A rede funciona como uma espécie de “mídia social” para a segurança cibernética, conectando altos funcionários de empresas e de instituições governamentais a informações constantemente atualizadas sobre como se proteger de ataques.

Segundo dados apresentados, só no último semestre, 40 empresas de cibersegurança israelenses arrecadaram um total de US$ 850 milhões em financiamento, em comparação com um total de US $ 1,1 bilhão em 2018.