Hoje (dia 17 de julho), um ato online –transmitido ao vivo nas redes sociais – será realizado para pedir justiça para as 85 vítimas fatais e as mais de 300 pessoas feridas no atentado contra a organização judaica AMIA em 1994, em Buenos Aires. Ninguém ainda foi punido pelo ataque.
“A ganância envenenou a alma, ergueu barricadas de ódio, empurrou-nos para a miséria e a matança”. Forte e emocionante, a frase faz parte do filme “O Grande Ditador”, de Charles Chaplin, lançado nos Estados Unidos em 1940. A obra denunciou os perigos dos regimes fascistas em ascensão, na época, na Europa, e a ameaça de destruição e horror que eles carregam.
Com base neste clássico do cinema, e com a realização de Elio Kapszuk, direção de Cecilia Atán e música de Leo Sujatovich, a atual produção se chama “Vamos parar o ódio”. Ela termina com um slogan que pede reflexão e ação: “Não vamos alimentar o ódio, vamos pará-lo com verdade, memória e justiça”.
O ator Ricardo Darín vai interpretar um dos trechos do vídeo: “O fato de ter que colocar a voz e o corpo em um texto tão triste hoje em dia foi um grande compromisso e um desafio, mas a causa merece. Foi uma honra ter sido convocado novamente pela AMIA, em uma data tão significativa, após a demanda por justiça para todos nós que queremos viver em um mundo em paz”.
Ariel Eichbaum, presidente da instituição, reforça: “Com essa ação, da AMIA, decidimos destacar valores essenciais que devem estar presentes em todas as sociedades que defendem a vida e a dignidade humana. A escolha pela memória, verdade e justiça deve sempre prevalecer. Como a paz, eles são a base da qual devemos dizer não aos fundamentalismos. O contexto mudou e a memória terá características diferentes este ano dos atos que realizamos durante todo esse período. O que permanece inalterado é a força na demanda por justiça e na denúncia de impunidade que está na causa. Pedir justiça pelas 85 fatalidades que produziram o pior ataque terrorista que nosso país sofreu é um imperativo que sempre nos leva a expressar firmemente nossa reivindicação e a denúncia de terrorismo”.
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