Tecnologia israelense economiza até 90% do gasto com herbicidas no agronegócio

Um dos maiores custos para os agricultores é com o combate às chamadas “ervas daninhas”. O grau de prejuízo pode atingir 80% de toda a produção.

Pensando nisso, a startup israelense Greeneye, especializada em tecnologias na agronomia, desenvolveu um produto econômico e ecológico. Trata-se de uma inteligência artificial que transforma cada bico pulverizador em uma máquina inteligente com capacidade de detectar e pulverizar com precisão cirúrgica, fazendo isso de forma instantânea e reduzindo até 90% dos gastos com os herbicidas.

“Toda esta precisão não só reduz o problema crescente com ervas daninhas resistentes, como também reduz ferozmente o uso de agrotóxicos e a contaminação da água e do solo, causando uma economia inacreditável para o agronegócio“, explicou Gidi Levanon, representante da tecnologia da Greeneye no Brasil. Não raro temos que ler sobre os riscos dos agrotóxicos à saúde de todos, e a ideia de reduzir seu uso, ganhando eficiência e economia, convenceu os investidores, que , numa rodada de investimentos liderada pelas gigantes JVP e pela Sargenta, líder mundial em proteção de áreas cultivadas.

“A pulverização com precisão pelos pulverizadores inteligentes, além da economia e do sucesso no combate às plantas daninhas, também coleta, escaneia e analisa dados de alta resolução sobre toda a área de plantio, fornecendo dados de todo tipo aos agricultores“, completa Levanon, que frisa a importância de se reduzir o fenômeno das ervas daninhas resistentes aos agrotóxicos.

A tecnologia da Greeneye utiliza inteligência artificial e traz o processo de controle de ervas daninhas para um novo patamar, tendo produtividade muito superior a uma outra técnica moderna, a da detecção de ervas daninhas com infra-vermelho. Nos Estados Unidos, a empresa acaba de concluir uma série de testes pagos em áreas de plantio de grandes empresas multinacionais que resultou em “resultados incomparáveis”.

A startup tem base em Tel Aviv, em Israel, e foi fundada em 2017. Mas seu time já trabalha em conjunto há mais de 15 anos, e é oriundo das forças armadas israelenses. De olho no mercado brasileiro, a empresa chegou ao Brasil através de Levanon: “O clima tropical brasileiro é um fator de impulso às ervas daninhas. O calor e a umidade aumentam a competição entre as plantas. E quando há estresse hídrico, as ervas daninhas têm melhor capacidade adaptativa”.

Segundo o pesquisador Fernando Adegas, as ervas daninhas são mais rústicas e propensas a condições de estresse a cultura. “As plantas geram mais ciclos do que no clima temperado, onde elas produzem apenas um ciclo de sementes. Aqui temos plantas daninhas com até cinco ou seis ciclos”, explica Adegas.

Fonte: Diário do Rio