Tecnologia israelense permite detectar câncer em 10 segundos

Uma nova tecnologia israelense permitirá aos médicos diagnosticar melanomas e outros cânceres de pele em 10 segundos, sem a necessidade de biópsias, ou outros procedimentos invasivos.

Avaliar lesões potencialmente cancerosas é geralmente um processo doloroso e demorado que normalmente depende da suspeita de dermatologistas e posterior encaminhamento para especialistas para uma biópsia.

Mas os cientistas da Universidade de Tel Aviv dizem que desenvolveram um método automático e rápido para analisar lesões na pele.

Eles afirmam que as lesões emitem cores diferentes quando colocadas sob luz infravermelha e que, dependendo do caso – se são ou não cancerosas – revelam que tipo de câncer está presente.

O fato de que diferentes tipos de câncer refletem cores diferentes, e que isso pode ser usado para um diagnóstico, não é uma descoberta nova. Mas a equipe israelense abriu novos caminhos ao ser pioneira em uma maneira de avaliar lesões usando luz num primeiro atendimento médico.

A tecnologia óptica “terá o potencial de causar uma mudança revolucionária no campo do diagnóstico e tratamento do câncer de pele”, disse o professor Abraham Katzir, do corpo docente de ciências exatas de Tel Aviv.

Ele acabou de testar o método em 90 pacientes e identificou com precisão os cinco com melanoma e outros 10 com outros tipos de câncer de pele. A pesquisa foi publicada na revista Medical Physics.

Katzir explicou: “Desenvolvemos fibras especiais que transportam infravermelho e que são simplesmente ativadas em contato com a lesão. Usando isso, obtemos resultados em dez segundos, com base na cor que retorna. Isso pode eliminar todo o procedimento de avaliação complicado, demorado e incômodo que normalmente envolve um corte, uma cicatriz e um período de espera”.

Idan Cohen, pesquisador de câncer de pele da Universidade Ben Gurion, que não esteve envolvido no estudo, acredita que a pesquisa é “potencialmente interessante” porque pode trazer “uma ferramenta rápida não invasiva para a detecção precoce do câncer de pele”.

Katzir disse que a tecnologia tem potencial para salvar vidas, já que hoje os dermatologistas enviam apenas uma pequena minoria das lesões para biópsias, fazendo julgamentos com base no que veem, cometendo alguns erros inevitáveis.

“No caso dos melanomas em particular, dado que as chances de sobrevivência são muito menores quando atingem um milímetro, é particularmente importante detectá-los precocemente, o que significa que nosso método pode fazer uma grande diferença”.

O sistema está sendo desenvolvido para câncer de pele, já que a pele é mais acessível por fibras, mas Katzir afirmou que o método poderia ser usado para alguns outros tipos de câncer.

“Essa tecnologia nos dá uma espécie de ‘impressão digital’ que possibilita um diagnóstico claro das várias lesões, medindo suas cores características. Desta forma, as lesões podem ser diagnosticadas por um método óptico não invasivo, e o médico e o paciente podem receber os resultados imediatamente”.